Autor: Renato Mattarelli
O projeto começou em janeiro de 1978, quando a Fundação Roberto Marinho assinou convênio com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de SP, para a realização do primeiro Telecurso de segundo grau.
De 1978 a 1981, este projeto teve uma trajetória extremamente vitoriosa, grandes audiências na TV e o surgimento de uma linguagem educacional especificamente televisiva. Neste ano de 81, surge o Telecurso de primeiro grau, destinado ao público das últimas quatro séries do ensino fundamental. Novamente foi um grande sucesso, o que levou no ano seguinte à união da Fundação Bradesco com a Fundação Roberto Marinho, para promover o aperfeiçoamento do Telecurso inicial, destinado ao ensino médio. Pesquisas e avaliações realizadas por instituições especializadas, como a Fundação Carlos Chagas, confirmam o acerto da proposta. Em 1994, juntamente com a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), a FRM estabelece parceria e desenvolve o modelo mais inovador e mais ousado do Telecurso, que é o TC 2000.
Braço educacional das Organizações Globo, a Fundação Roberto Marinho (FRM) é responsável pelo mais bem-sucedido programa de educação a distância do Brasil: o pioneiro Telecurso. Acumulando 22 anos de experiência na matéria — prover conhecimento baseado no currículo do ensino fundamental e médio por meio da televisão — e operando num país com cerca de 40% de analfabetos e dimensão continental — o Brasil — , o Telecurso provocou uma verdadeira revolução no formato da chamada teleducação.
Segundo Renato Mattarelli Carli, gerente de projetos na área de teleducação da FRM, uma pesquisa feita com o público do Telecurso 2000 revelou que 7 milhões de brasileiros assistem semanalmente ao programa. Dessa significativa audiência, cerca de 400 mil pessoas têm o objetivo de conseguir o diploma de 1º e 2º graus. Mas a grande maioria dos telespectadores procura o que Mattarelli chama de "edutainment" (educação com entretenimento), ou seja, uma forma divertida de se educar. Mais: esse público é composto, predominantemente, por telespectadores com formação de nível superior. Há também uma parcela do público que assiste ao TC 2000 por gostar de programas educativos e como forma de reciclagem.
A Fundação Roberto Marinho também é a mantenedora do Canal Futura — o primeiro canal de TV privado do Brasil voltado para a educação —, junto com mais 14 parceiros: as Fundações Bradesco, Vale do Rio Doce e Odebrecht, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o Grupo Votorantim, o Instituto Ayrton Senna em associação com a Compac, a CNN International, a RBS, a Sadia, o Itaú, mais as instituições Sebrae, Fiesp, Ciesp, Sesi, Senai, IRS, Sest, Senat, CNT, CNI e IEL. Com apenas dois anos no ar, o Futura já é assistido por cerca de 6 milhões de telespectadores e ostenta 24 horas de programação de alta qualidade.
Baseados na crença de que a educação não é uma tarefa que cabe apenas ao Estado, 14 grupos da área não-governamental se uniram em torno de uma proposta de criação de um canal de televisão voltado exclusivamente para a educação.
Dessa iniciativa nasceu o Canal Futura, uma emissora que tem como diferencial ser totalmente financiada pela iniciativa privada, de acesso gratuito e que busca o desenvolvimento de um grande projeto de educação para o Brasil. Outro diferencial, que caracteriza bem a proposta da emissora, é a mobilização comunitária que visa garantir a eficácia do processo educativo. Garantir que o público não só assista ao Canal, mas discuta e exercite o conhecimento adquirido com os programas.
O Canal atinge escolas, creches, sindicatos, igrejas, empresas, hospitais, bibliotecas, penitenciárias e associações comunitárias, através da transmissão por cabo e via satélite (parabólica Banda "C"), atendendo públicos diversos, com graus de instrução e interesses distintos.
Num público potencial de 30 milhões de telespectadores, o Canal é assistido por quase 6 milhões de pessoas, com 16 anos ou mais, nas parabólicas da Banda "C". Temos, hoje, 4.646 escolas que recebem o Canal através da audiência dirigida.
Renato Mattarelli
psicólogo, pós-graduado em Educação
Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais de M G.
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