quinta-feira, 2 de abril de 2009

PROGRAMA PEI

Reuven Feuerstein na Bahia

O PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental, criado e aplicado pelo psicólogo Reuven Feuerstein a partir de 1944 em crianças vítimas do holocausto, tem ajudado indivíduos de todas as idades a superar suas dificuldades de aprendizado e ultrapassar seus próprios limites. E tem sido cada vez mais difundido pelo mundo - mundo este que procura em grau crescente indivíduos hábeis em solucionar problemas, negociar, pensar criativamente e assimilar novos conhecimentos com rapidez. Através do PEI, as pessoas descobrem sua maneira de pensar, modificam e ampliam sua capacidade de raciocínio e expandem sua capacidade de aprendizado.

Responsável pela disseminação do PEI nos Estados Unidos há quase duas décadas, Meir Ben-Hur, do IRI Skylight em Chicago, esteve no semestre passado no Brasil para formar mais duas turmas de mediadores do Programa - níveis I e II. Mais uma vez, Ben-Hur agradou a todos com seu carisma, disposição e entusiasmo. "Há muita coerência entre o que Ben-Hur diz e o que faz. As informações sobre a utilização do PEI em contextos diferentes foram transmitidas com muita segurança" , avalia a psicóloga e psicopedagoga Marilda Elizabete Tozatto Maio. Na opinião de Célia Vasque Miraldo, psicóloga técnica em educação do Senai, o Programa é consistente e teoricamente fundamentado com pesquisas demonstrando sua validade. "Ë algo que estávamos precisando: apontar o docente como mediador do processo de crescimento do aluno e ter instrumentos concretos para fazer isso", afirma. Outro aspecto interessante do PEI, segundo Célia, foi o fato de considerar também a inteligência emocional, além da cognitiva. "Propõe-se uma estratégia para lidar com as duas inteligências e mostra para o docente como fazer".

Para Marilda, a postura do mediador como gerador de autoconfiança e auto-estima É uma das características fundamentais do Programa. "Acredito muito na interação que reforça as atitudes adequadas em relação a como o paciente está utilizando seu ferramental". Consoante com ela, Célia comenta que "o PEI traz um conjunto de condições muito bem arranjadas que permitem o contato com o sucesso logo na primeira tarefa".

Antes de tentar mudar o paradigma alheio, Ben-Hur esclarece que o método pressupõe a transformação do próprio mediador. O major Artur Luiz Fabião, professor de psicologia de aprendizagem no curso de técnicas de ensino para oficiais da Academia da Polícia Militar do Barro Branco, expressa o desejo de controlar sua impulsividade. "Quero ser mais sistemático, planejar em qualquer tarefa. Desta forma, serei mais eficiente e preciso". Assim como Artur, Marilda também está experimentando uma sensação diferente. "Me percebo analisando as coisas, o meu conteúdo, de uma forma mais precisa. Me sinto mais exata e precisa em algumas atitudes. Sem perceber, acabo utilizando muito do vocabulário do PEI, revendo a dificuldade da criança face ao mapa de Feuerstein". Marilda acredita que passar pelo processo todo seria muito melhor para desencadear efetivas mudanças de paradigma. Mas, ressalta, que o tempo do curso foi suficiente para perceber e integralizar o conteúdo, já que se manteve motivada durante todos os dias. "A forma como o PEI foi dado foi muito motivadora", afirma Marilda, que quer aplicar o Programa em seu consultório junto a crianças, adolescentes e seus pais.

Célia sabe que se não praticar já, o conhecimento que adquiriu "vai virar fumaça". A longo prazo, o projeto de Célia é vir a ser uma formadora de mediadores. Major Artur destaca que achou importante Ben-Hur lembrar que é permitido admitir desconhecimento sobre um determinado assunto. "Não sei quando não sei mesmo. Ninguém é dono da verdade absoluta. Vamos pesquisar e tentar descobrir", propõe o docente.

IPPA-Instituto Pieron de Psicologia Aplicada

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