quarta-feira, 13 de maio de 2009

ROBERTO SANTOS


Autora: Mariluce Moura


O professor Roberto Figueira Santos, 78 anos, foi nas décadas de 1970 e 1980 um dos mais destacados políticos baianos, mesmo caminhando, de certa maneira, na contramão da corrente hegemônica do poder local, liderada pelo senador Antonio Carlos Magalhães. Governador do estado de 1975 a 1979, ele inclui em sua biografia política stricto sensu também um mandato de deputado federal (1996/1999), além dos cargos de presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (1985/1986) e de ministro da Saúde (1986/1987), ambos exercidos durante o governo José Sarney, o primeiro do Brasil pós-ditadura militar. Tomado o termo política em sentido lato, essa biografia abarca numerosos outros cargos, a começar pelo de reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), de 1967 a 1971. E inclina-se, sem sombra de dúvida, para os campos da educação superior e da ciência e tecnologia. Aliás, no momento ele é membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, com mandato até o próximo ano.


Pesquisador e docente da área médica em sua origem profissional, Roberto Santos é, em outras palavras, quando não ator nesta cena, pelo menos um observador privilegiado da política científica e tecnológica do país desde os longínquos anos 1950. E seu olhar para o país, crítico, animado por vívidas memórias, parte de uma área nem central nem a mais periférica na produção contemporânea de conhecimento científico nacional - a Bahia ocupa o nono lugar no ranking da produção brasileira por estado, empatada com o Ceará, segundo dados de 2004 do Institute for Scientific Information (ISI)/Web of Science, baseados na publicação de artigos científicos em periódicos indexados no período de 1998 a 2002. Filho do professor Edgard Rêgo dos Santos, o líder da organização da UFBA em 1946 e o grande responsável pela inclusão de unidades autônomas e prestigiadas de dança, de teatro e de música na estrutura da universidade, casado há 41 anos com Maria Amélia, pai de seis filhos e avô de seis netos.


Matéria publicada na Revista Pesquisa Fapesp nº 105
Publicado em 15/11/2004 - 02:00

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