sexta-feira, 1 de maio de 2009

EDITH GAMA E ABREU

Edith Gama


Autora : Maria da Conceição Pinheiro Araújo


Edith Mendes da Gama e Abreu, nasce a 13 de outubro de 1903, natural de Feira de Santana, Bahia. Estudou com preceptores em sua própria casa, como era o costume daquela época entre as famílias abastadas. Estudou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, e na Escola Complementar da prof.a. Estefânia Mena em sua cidade natal. Em Salvador, cursa o pedagógico no Educandário dos Perdões, atual Educandário Sagrado Coração de Jesus. Especializou-se no Rio de Janeiro, na Bahia e na Europa, em filosofia, literatura geral, brasileira e francesa, ciências sociais e canto.


Edith Mendes era uma mulher que primava incansavelmente pelo aperfeiçoamento da educação. A cultura estava acima de qualquer outro objetivo. Era extremamente culta, tocava piano, cantava e falava fluentemente o francês. Viajava constantemente para o exterior, conheceu diversos países da Europa, onde fazia turismo cultural visitando as catedrais, museus, castelos, teatros, universidades, etc.

Como feminista, trabalhou intensamente em prol da emancipação da mulher e foi das que mais atuou na luta pelo sufrágio feminino no estado da Bahia. Foi presidente vitalícia do Órgão que dirigiu a luta sufragista das mulheres na Bahia, a Federação Baiana pelo Progresso Feminino, fundado a 9 de abril de 1931. Integrou-se e se entregou à causa feminista, ao lado de Bertha Lutz, tendo ilustrado sua atuação a luta contra as restrições ao voto feminino no anteprojeto do Código eleitoral, e contra o projeto de lei que vinculava o cargo público à mulher que tivesse, como o homem, a indispensável carteira de reservista.


Na carreira política foi candidata a deputada federal, em 1934, sob a legenda “A Bahia ainda é a Bahia”, obtendo mais de dez mil votos, ficando, entretanto, como suplente. Em 1946, como candidata a deputada estadual, lutou pela solução de problemas da saúde pública, da educação popular, da fome, bem como dos incentivos ao trabalhador, conforme plataforma sob o título “conterrâneos”.

Edith foi a mulher que ocupou o posto mais elevado no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, onde foi vice-presidente e oradora oficial, entre outras atribuições. Esteve na Presidência durante 9 meses de 31/03 a 31/12/1969, completando o mandato do seu antecessor o prof. Francisco Peixoto de Magalhães Neto, por ser a 1ª vice-presidente.

A intensa e produtiva atuação de Edith Mendes da Gama e Abreu nos âmbitos literário e político, levam-na a candidatar-se, a uma cadeira na Academia de Letras da Bahia. A acadêmica consegue sair-se vitoriosa derrotando seu concorrente Eduardo Tourinho. Recebida pelo acadêmico Carlos Ribeiro, toma posse na cadeira n. 37, em 9 de novembro de 1938, tornando-se a primeira mulher baiana a inserir seu nome entre os “imortais”, permanecendo naquela instituição até janeiro de 1982, ano de sua morte.


Edith escolheu a carreira profissional que mais se aproximou da atividade cultural — a educação. Exerceu durante muito tempo, e nela se aposentou, a função de Inspetora do Ensino Secundário do Ministério de Educação e Cultura, junto a diversos ginásios da capital. Foi como professora catedrática e fundadora da Faculdade de Filosofia da Bahia que ocupou sua posição mais significativa na carreira docente. Naquela instituição ocupou a cadeira de Didática Geral e Especial.


Educadora, escritora e feminista, natural de Feira de Santana (BA). Como sufragista, presidiu a Federação Baiana pelo Progresso Feminino. Publicou várias obras ingressando, em 1938, na Academia de Letras da Bahia e posteriormente no Instituto Histórico baiano. Na área assistencial presidiu a Sociedade Baiana de Combate a Lepra e a Pró-Mater. Como educadora ajudou a fundar a Faculdade de Filosofia da Bahia, onde também foi catedrática em 1942.



Edith faleceu no dia 20 de janeiro de 1982, às 11:30 em sua residência na Vitória
Edith Mendes da Gama e Abreu
(1903-1982)

Um comentário:

  1. Quando eu era adolescente li, na Biblioteca da minha cidade - Ruy Barbosa - o livro A CIGANA, de Edith Mendes da Gama e Abreu. Adorei a leitura e ela me fez refletir muito. Creio que sofri influência daqueles diálogos do livro, especialmente o conflito gerado entre a formação ética de um ser humano e o exercício da sua profissão.
    Parabéns a Maria da Conceição por me permitir, com esse texto, conhecer um pouco sobre alguém que admiro! Parabéns a Fernando Paixão por essa homenagem, trazendo Edith M.da Gama e Abreu a este blog da SEC!
    Dalva Trindade

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