Colégio Abílio
O ESTADO ASSUME O ENSINO NO ESTADO
A partir da expulsão dos jesuítas, a Coroa passou a ser o promotor responsável pela educação e instituiu as chamadas aulas régias de Latim, Grego e Retórica, voltadas aos seus interesses, mas que tinham qualidade inferior às das jesuíticas, fato que atrasou a Bahia e todo o Brasil. As intervenções do poder público da província baiana sobre a educação datam do século XIX, significando um longo tempo de desordem e falhas na educação dos baianos. Somente com o Ato Adicional de 1834 (emenda à Constituição de 1824), foi que as Assembléias Legislativas Provinciais começam a legislar sobre as questões do ensino elementar e médio. A partir daí, em 1837, as aulas de régias, na Bahia, foram substituídas, pelo Liceu Provincial, ensinando as disciplinas Filosofia Racional e Moral; Aritmética; Geometria e Trigonometria; Geografia e História; Comércio; Gramática Filosófica da Língua Portuguesa; Eloqüência e Poesia; Análise e Crítica dos Clássicos; Desenho; Música; Gramática Latina; Gramática Grega; Gramática Francesa, Gramática Inglesa, Grego, Gramática Filosófica, Belas Letras, Filosofia, Retórica, Geografia. Em 1842, a Escola Normal da Bahia começou a funcionar, formando professores do ensino elementar. Havia um turno para os meninos, os quais aprendiam instrução moral e religiosa, as artes de ler, escrever e contar bem como os elementos de pesos e medidas nacionais; e outro para as meninas, que adicionados os cursos de costura, bordado e outros conhecimentos que auxiliasse a economia doméstica. Em 1842, foi criado na Bahia o Conselho de Instrução Pública que tinha as mais diversas atribuições em relação à educação em todo o estado, nesse Conselho foi criado o cargo de Diretor-geral dos Estudos, no qual se destacou Casemiro de Sena Madureira, que, entre outras coisas, idealizou o Jardim da Infância como uma cadeira para meninos de 4 a 8 anos regida sempre por uma professora "que possuísse candura e amor suficientes para o trabalho". A reforma de 1881 (Reforma Paranaguá) criou duas escolas normais em Salvador, em regime de externato: a Escola Normal de Homens e a Escola Normal de Senhoras. A reforma criou um currículo do ensino elementar no qual entrava, pela primeira vez, elementos de ciências naturais, permitiu o sistema de ensino particular e instituiu o Conselho Superior. Dessa reforma até as proximidades da República, houve constantes ações relacionadas às melhorias das instituições e fundação de bibliotecas, museus pedagógicos, livrarias e periódicos nas escolas normais.
Bibliografia consultada:
ATOS DA PRESIDÊNCIA DA PROVÍNCIA, originais manuscritos custodiados na Seção colonial e Provincial do Arquivo Público do Estado da Bahia.TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. 10ª ed. São Paulo: Ed.UNESP / Salvador: EDUFBa, 2001. 542 p.TAVARES, Luís Henrique Dias. Fontes para o estudo da Educação no Brasil – Bahia. 2ª ed. Salvador: UNEB, 2001/2002. 500 p.WILDBERGER, Arnold. Os presidentes da Província da Bahia: Efetivos e Interinos, 1824-1889. Salvador: Tipografia Beneditina, 1949. 861 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário